10/09/2011

Sem título.


Imagens rabiscadas numa folha branca. Pessoas imersas em pensamentos insanos. Música ruim ao fundo e cheiro de cigarro no ar. A fumaça que emergia do fundo do salão deixava a todos com olhos vermelhos e a mente girando. Mas tudo que importava estava preso numa cortina escura de vagas lembranças melancólicas. Um dia chuvoso seguido de uma noite quente e suada. Sexo à meia luz num motel de quinta, e essa seria mais uma daquelas noites em que passava acompanhada e solitária. Por mais que ela dissesse ao contrário, todos viam em seus olhos constantemente brilhosos graças às lágrimas, que ela estava mais sozinha do que nunca. O escuro do seu quarto era reconfortante, e o som das suas músicas era relaxante. Ela se perdia em livros de suspense,  não queria se encontrar.  Sua vontade era mergulhar em comédias românticas ruins e ficar por lá. Com a solidão a consumindo ela chorava até dormir, e acordava ao chorar. Naquele abismo de escuridão e indiferença ela se perdeu, e não voltou. Ficou por lá, junto com as suas lembranças de uma vida sem sentido, e uma bebida forte.

                                                                                                                       Fernanda Melo
                                          
Postado por :: Fernanda Melo

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